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O DIA QUE SESSENTEI

              Gente vou contar uma coisa para vocês.            É muito estranho. Acordei hoje sabendo que posso estacionar naquelas vagas reservadas perto das portas dos shoppings e hipermercados.         Se eu quisesse perambular pela cidade bastaria mostrar a identidade para o motorista e não precisaria pagar passagem no transporte publico.               Fui colocado em home office compulsoriamente e contra minha vontade só porque entrei para o  grupo de risco de um dia para o outro.            Se ontem podia ir ao trabalho normalmente, hoje amanheci impedido de ir e tenho de trabalhar de minha casa.          Não faz sentido pra mim!!  Nada mudou e sinto que continuo o mesmo, tirando  uma pequena dor nas costas. Acho que ontem dormi torto no sofá assistindo a GNT depois do programa do Silvio Santos.          Não costumo esquecer nomes de conhecidos  e nem  me vejo repetindo as mesmas frase ou histórias por várias vezes, o que é uma característica  normal para uma pessoa realmente id

QUE MORANGO VOCE VENDE?

  BRASIL - um pais de vendedores de Morangos     Se tem alguma coisa que exemplifica muito bem o caráter do brasileiro são as pequenas artimanhas usadas no dia a dia para passar a perna no próximo.   São coisas minúsculas retratando  fielmente o caráter nacional e que me deixa muito irritado todas as vezes que vou a feira livre  ou supermercado comprar morangos.        Em qualquer lugar do mundo, quando você compra uma caixa de morangos você leva para casa todos os morangos iguais. Os que estão à mostra  por cima e os que ficam embaixo na caixa. A qualidade do produto já está precificada e incluiu eventuais prejuízos do produtor ou comerciante com as frutas ruins que não serão comercializadas. Não é assim no Brasil. A regra geral é  que aquela caixa com morangos lindos por cima venha entulhada de refugos por baixo. Frutas podres, feias, mofadas velhas......tal qual nosso caráter. Compramos pagamos e não questionamos esse tipo de atitude de vendedores e produtores sem escrúpulos,  ávido

História esquecidas de Gûyrátingaetá - Homenagem aos anônimos.

CHEIA NOS PILÕES .   O Rio Piaguí transbordou na noite anterior e impediu a passagem da tropa que havia pousado na capelinha de Santana rumo ao porto de Paraty, onde os Jácomes de Melo aguardavam ansiosos a encomenda trazida de Vila Ryca.   No comando da expedição, o experiente capitão do mato João Batista Vaz de Souza sabia que a tormenta da noite anterior havia destruído a única passagem que ligava a Ventania com o pasto D'água da Casa do Pedregulho, e sem esse caminho não restava alternativa senão atravessar as terras de Coronel Virgílio em direção ao Guaypacaré. o que estava fora de questão.   Havia sido jurado de morte pelo coronel no dia em que sequestrou Sinhá Ana Luiza, sua amante, embaixo do nariz de Virgílio e ainda levou dois leitões carunchos e três galinhas d’angola que estavam reservados para o batizado de seu “afilhado” o que despertou ainda mais o ódio e seu desejo de vingança.     Enquanto descia a picada em direção a Capituba perdeu-se em pensamentos ouvindo os jo

QUEM EDUCOU SEU FILHO?

Refletindo sobre a quantidade de coisas erradas que fiz ao longo de minha vida e vendo que não fui o único, iniciei o processo de análise sobre o protótipo adotado por mim e pelos pais que conheço, na difícil tarefa de criação dos filhos nos dias atuais.  Não se pode negar que o desafio foi e continua sendo gigantesco, bem diferente da educação existente na época de nossos pais ou avós, quando a vida era mais previsível, e as mudanças ocorriam de forma mais lenta.  Por essa razão resolvi elencar três considerações que julgo pertinentes, e cuja intenção é meramente auxiliar meu fiel leitor a pensar com intencionalidade sobre seu modelo mental, e como aplica-lo na gestão do processo "educacao". Kkkkk (sim...isso é um sorriso sarcástico de quem sabe a sacanagem que irá fazer). Miopia de Referências - vivemos míopes e nos comportamos como tal ao negar enxergar que nossas experiências aconteceram num determinado momento único de tempo e espaço. Iludimo-nos em crer

A COMENDA DE DOM ANTONIO.

Hoje acordei cedo e fui para o quarto da Heide tomar sol. Não queria atrapalhar o sono de Fátima abrindo a janela, e também  porque esse é o quarto mais bem posicionado para o sol nessa época do ano.  Faz vários dias que Heide não vem para casa, a vida na residência médica é puxada com muitos plantões, e a saudade começa a apertar.  Olhando para a estante vejo suas fotos de criança e seus objetos, e isso ameniza um pouco, mas leva-me à profundas reflexões sobre a volatilidade e o dispêndio do tempo e como foi difícil manter o equilíbrio entre o que realmente amamos, com as coisas necessárias à sobrevivência como trabalho, estudo, dinheiro etc. Reflexões e mais reflexões: O que poderia ter feito diferente? Fiz o possível? Foi o suficiente?  Olhando à parede observei o suporte onde minhas filhas penduram as medalhas que ganharam nas diversas competições desde crianças, e isso trouxe-me a lembrança que nunca havia ganhado uma única sequer.  Nem "umaz

CONVERSE COM O CAPATAZ!

                      Era inicio do mandato do presidente  Figueir edo, e  não havia nenhum sinal  d a  re abertura política. Os militares estavam no poder, e exerciam uma enorme influência nas empresas estatais, e isso era  visível.     Comecei minha carreira na CAIXA  na cidade de  Guaratinguetá, onde localiza-se a Escola de Especialista de Aeronáutica que,  apesar de afastada do centro,  ditava o comportamento da  sociedade civil,  e a questão da disciplina e hierarquia era m  levad as  a sério.    Na época com 21 anos,  ainda  possuía  o espírito adolescente  libertário , e  a esperança de mudar algumas coisas no  mundo. Assim, não demorou  para receber meu primeiro choque de realidade, e encarar a existência de forte c ultura corporativa em   uma empresa centenária.      Nosso  gerente-geral era muito s é rio,  sisudo  e de pouca conversa, e junto com o  j uiz,  p refeito e delegado, constituíam as autoridades civis do município.     A  agência era adminis